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Após produção de Monografia, aluna é convidada para entrevista na Universidade de Columbia

Após produção de Monografia, aluna é convidada para entrevista na Universidade de Columbia

Os alunos do 2° ano do Ensino Médio da unidade Saúde do Colégio Santa Amália realizam uma pesquisa, dentro da disciplina de Metodologia de Pesquisa, a sua escolha que ao final gera uma monografia. Dentre muitos trabalhos excepcionais, estava o da aluna  Julia Kei Nakakuki que abordou o tema ” Entender a origem do termo “Perigo Amarelo” e analisar seu uso na atualidade”. Por que estamos falando sobre este trabalho? Por conta de sua pesquisa e seus desdobramentos Julia foi convidada a participar de uma entrevista, em inglês, para a Universidade de Columbia em NY.

Confira como foi essa experiência pelas palavras da própria Julia:

“Talvez nem todos saibam, mas, no segundo ano do ensino médio, nós elaboramos um projeto de pesquisa ao longo do ano: a monografia. Esse trabalho pode ser sobre qualquer tema e, no meu caso, eu sabia que queria falar sobre o grupo do qual faço parte, a comunidade asiática brasileira.

O professor Bruno Bruno Delvequio Zequin, que ministra as aulas de metodologia de pesquisa, ajudou-me a encontrar um tema mais específico, uma vertente desse assunto tão amplo. E foi assim que chegamos a um termo: o Perigo Amarelo. 

Resumidamente, minha monografia cujo tema é “Entender a origem do termo ‘Perigo Amarelo’ e analisar seu uso na atualidade”, gira em torno dessa expressão que, de forma resumida, é um mecanismo utilizado para afastar os povos asiáticos das demais etnias, utilizada de diferentes formas ao longo da historia, dando foco em períodos como o regime Estadonovista e a Segunda Guerra Mundial. Também realizei um formulário que contou com a participação de diversas pessoas que integram esse grupo, com depoimentos que foram fundamentais para compreensão dos preconceitos vividos por essa comunidade no país. Ainda comentei sobre o papel da mídia e o quanto ela é importante para a representatividade das minorias. 

Durante a produção da monografia, tive muito auxilio da professora Simone Maria Luiz Tamdjian, minha orientadora, do Bruno Delvequio Zequin, professor de metodologia e utilizei artigos do Marco Aurélio dos Santos, professor de história (inclusive, um deles foi utilizado em uma questão do ENEM 2020). 

Confesso que a monografia não é um trabalho fácil, mas não fica pesado se você se organizar e se atentar com as datas. É bem trabalhoso, mas possível. 

Estava muito nervosa para o dia da apresentação, principalmente por tudo ter acontecido online. Felizmente deu tudo certo e no final a gente fica com uma sensação boa de alívio e de dever cumprido, sabe?

Adquiri um carinho muito grande por essa pesquisa, pois ela me agregou muito enquanto pessoa amarela no Brasil. E talvez tenha sido por isso que os ataques que ocorreram em março deste ano, em Atlanta, nos Estados Unidos, mexeram tanto comigo. Pois isso foi um crime de cunho racial. Pessoas asiáticas (em sua maioria mulheres) foram mortas pelo simples fato de serem asiáticas. Podia ter sido qualquer pessoa amarela naquela situação…

Assim sendo, ajudei a elaborar um vídeo para informar as pessoas de quanto é importante e válido falarmos sobre essas questões. Esse vídeo foi postado nas redes sociais, e teve bastante repercussão, inclusive a dona do projeto, a atriz Ana Hikari, foi chamada para uma entrevista para a Columbia University, de Nova York. 

Nesse encontro ela citou minha monografia, já que ela me ajudou muito no processo, e mandou meu contato para o jornalista. 

E foi assim que eu dei minha primeira entrevista em inglês, sobre esse tema de tamanha relevância. Conversamos sobre a minha pesquisa, sobre a comunidade amarela no Brasil, a #stopasianhate e sobre a repercussão dos acontecimentos nos EUA e a nossa visão sobre eles.

Pediram-me para deixar uma mensagem para quem vai realizar esse projeto, e acho que a maior dica é: faça sobre um tema que você tenha interesse, que você queira saber mais sobre. Use essa oportunidade que o colégio nos dá, para fazer dessa monografia mais do que apenas um trabalho escolar. A gente nunca sabe o que isso pode nos proporcionar no futuro. 

Aqui fica meu muito obrigado aos professores, ao Colégio (aos meus amigos e familiares também), que me auxiliaram e me apoiaram sempre que eu precisei. 

Serei eternamente grata por tudo! “ 

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